Na logística, assim como em qualquer outro ramo de atividade, a terceirização dos serviços ainda se encontra em crescente evolução e pode ser, se tratada de forma correta, uma fonte rentável ao negócio da empresa, sendo aplicada tanto no controle do estoque quanto no transporte e distribuição da mercadoria. Quando tratado dos processos de segurança para os processos logísticos (Supply Chain Security), passa ser de extrema importância o reconhecimento do modus operandi destas instalações (processos e atividades que ocorrem no interior delas), visto a necessidade de do reconhecimento de riscos e pontos críticos que poderiam ser utilizados para a movimentação ilícita de produtos contrafeitos ou contrabando no comércio internacional, através de conspirações internas.
Os Centros Logísticos de Distribuição (CDs), são recintos onde se realizam as atividades de recebimento, manipulação ou manuseio, conservação, consolidação e posterior expedição de mercadorias, e atuam como interveniente de fundamental importância, tanto para a empresa, quando para toda sua a cadeia logística, já que atuam diretamente como elemento de regulação do fluxo de mercadorias (do abastecimento para a produção, e desta para o consumo). Porém cabe registrar também que o descontrole na gestão destas atividades, poderá causar prejuízos e ocasionar a pior das situações para a imagem de uma empresa.
Um Armazém ou Centro Logístico de Distribuição, para atender as expectativas da cadeia logística, necessita da aplicação de processos, controles e uma correta gestão de atividades, para isto alguns requisitos são de fundamental importância como:
- Recebimento de Mercadorias: O recebimento de mercadorias abarca um conjunto de tarefas que devem ser realizadas antes mesmo da chegada dos produtos no armazém e posteriormente sua efetiva entrada. O recebimento divide-se nas seguintes fases:
- Antes da recepção dos produtos, com a disponibilização de toda documentação necessária, incluindo o detalhamento do produto encaminhado, o volume e demais informações necessárias para a identificação, provisionamento, dimensionamento e correta execução do processo.
- Na chegada dos produtos, onde ocorre a transferência de custódia para o armazém, deverão ser realizadas as verificações dos itens recebidos, e se estes estão em conformidade com os documentos que corroboram a transferência de propriedade dos mesmos. Ao mesmo tempo o recinto deverá proceder com o controle, (registro, segregação ou devolução) dos volumes que não satisfaçam as condições de quantidade e qualidade definidas.
- Após o recebimento, o recinto deverá proceder com o controle e fiscalização em termos de qualidade, atendendo tais requisitos como inviolabilidade, e satisfazer as condições estipuladas para o posterior despacho. O recinto deverá manter o controle interno necessário e efetuar todos os processos para a correta guarda, ou armazenagem, da mercadoria.
- Armazenagem de Mercadorias: Este é o principal processo que realiza um armazém, e consiste na garantia de integridade dos produtos, de forma sistemática conforme seus critérios técnicos e com o controle de vencimentos, quando aplicável.
- Preparação para Despacho: Processo também conhecido como “picking” e refere-se principalmente na separação de uma unidade de carga ou conjunto de mercadorias com a finalidade de constituir outra unidade de carga correspondente conforme solicitação para o despacho. Uma vez preparada a nova unidade de carga, está deverá ser acondicionada e embalada de forma adequada. Este procedimento de preparação para expedição possui um alto risco para o comércio internacional, pois é neste momento que se permite a consolidação de produtos ilícitos ou contrafeitos no processo.
- Expedição: A expedição consiste no acondicionamento das unidades de carga com a finalidade de que cheguem em perfeito estado, dentro das condições de entrega e transporte pactuados com o cliente. Geralmente as atividades realizadas neste processo são:
- A embalagem da mercadoria, com a finalidade de protege-la de possíveis danos ocasionados pelo manuseio ou transporte, bem como na possibilidade de introdução de produtos ilícitos ou contrafeitos no processo.
- A amarração para assegurar a proteção da unidade de carga e aumentar a consistência da mesma. Para este processo os recintos utilizam-se de cintas, filmes plásticos stretch ou outros para o arqueamento dos volumes.
- Etiquetação para identificar o material consolidado, ou outro tipo de informação de interesse para manuseio, conservação ou informação logística.
- E por fim, a emissão da documentação.
- Inventário: O recinto deverá manter a gestão de inventário dos seus estoques independentemente da quantidade de itens, rotatividade, grau de automação e informatização. Para a correta manutenção do inventário é imprescindível que sem mantenha uma boa organização e controle das quantidades, incompatibilidades, localização das mercadorias.
Além dos itens acima apresentados o recinto poderá levar em consideração a possibilidade de garantir a rastreabilidade das mercadorias, visando assim maior segurança ao processo, isto é, por meio de um sistema de identificação pós despacho, a informação permitirá identificar a localização até a chegada no destino de um produto, por toda extensão da cadeia logística local ou internacional.
Artigo escrito por Daniel Gobbi Costa (dgobbi@allcompliance.com.br)
Graduado em Administração de Empresas e habilitação em Comércio Exterior, com especialização nas áreas de Logística, Qualidade, Recursos Humanos e Gerenciamento de Projetos. Atua desde 2007 em atividades de Auditoria e Consultoria nas áreas Logística e de Comércio Exterior participando de projetos de implementação e manutenção de controles internos, agora como Sócio/Responsável nas empresas Alliance Consultoria e Treinamento Empresarial (www.allcompliance.com.br) e Innova Consultoria Empresarial e Qualificação Executiva (www.innova-bpc.com.br). Master Coaching pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC).