Como acredito que seja de conhecimento geral, a gestão de pessoas nas organizações é uma das tarefas mais complexas e multifacetadas em uma empresa, e que requer atenção especial por parte do departamento de Recursos Humanos, ou como sua empresa o chamar. Em um ambiente cada vez mais dinâmico e competitivo, as empresas enfrentam desafios significativos na gestão eficaz de seu capital humano, e um dos aspectos mais delicados dessa gestão, é lidar com condutas indevidas por parte das pessoas. Condutas estas que podem impactar negativamente o desempenho empresarial e até mesmo sua respectiva reputação.
Nesse contexto, torna-se fundamental implementar um processo de gestão de pessoas que seja robusto e eficiente, capaz de identificar, prevenir e corrigir condutas inadequadas, garantindo assim um ambiente de trabalho ético, produtivo e alinhado com os valores e objetivos da organização.
Assim, e com as diretrizes apresentadas pelo Programa de Operador Econômico Autorizado (OEA), exploraremos a complexidade envolvida na gestão de pessoas e destacaremos a importância de um processo de recursos humanos que acompanhe de perto os profissionais, especialmente diante de condutas que possam comprometer o ambiente organizacional.
Inicialmente, é fundamental o destaque de que as pessoas são o coração de qualquer empresa. São elas que impulsionam a inovação, a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Além disso, pessoas engajadas e motivadas contribuem significativamente para a construção de uma cultura organizacional sólida e positiva, capaz de atrair e reter talentos. Depois, é também importante o registro de que uma gestão eficiente de pessoas vai muito além da simples administração de recursos humanos. Envolve o desenvolvimento estratégico da atividade, alinhado com os objetivos e valores da empresa, orienta também para a criação e manutenção de um ambiente de trabalho inclusivo, que promova o crescimento profissional e pessoal dos colaboradores.
Tratando especificamente das diretrizes determinadas pelo Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA), especialmente no que diz respeito aos cargos considerados como sensíveis (que desempenham um papel crucial na segurança e conformidade das operações de comércio exterior) e, portanto, exigem atenção especial na seleção, treinamento e monitoramento dos colaboradores (próprios ou de terceiros), é destacada as seguintes necessidades de atenção:
- Seleção e Treinamento Adequados: As empresas interessadas ou já certificadas pelo Programa OEA devem garantir que as pessoas designadas para cargos sensíveis sejam selecionados com cuidado, levando em consideração sua aptidão, experiência e idoneidade para o cargo. Além disso, devem fornecer treinamentos específicos sobre segurança, conformidade aduaneira e procedimentos operacionais para esses profissionais.
- Monitoramento Contínuo: A gestão de pessoas no contexto do Programa OEA inclui o monitoramento contínuo das pessoas que ocupam cargos sensíveis. Isso pode envolver a realização de verificações de antecedentes, avaliações de desempenho regulares e a implementação de medidas de controle de acesso às informações e sistemas relevantes.
- Responsabilidade e Supervisão: As empresas interessadas ou certificadas devem designar responsáveis pela supervisão e gestão dos profissionais que ocupam cargos sensíveis. Esses responsáveis devem garantir que os procedimentos e políticas estabelecidos pelo Programa OEA sejam seguidos de forma rigorosa e que quaisquer desvios sejam prontamente identificados e corrigidos.
- Conscientização e Comprometimento: A gestão de pessoas no âmbito do Programa OEA também envolve a promoção de uma cultura organizacional de segurança e conformidade. Isso requer o estabelecimento de programas de conscientização e o engajamento de todos os colaboradores, especialmente aqueles que ocupam cargos sensíveis, na importância de seguir os procedimentos e políticas estabelecidos.
Com isto, ao implementar medidas adequadas para o processo de gestão de pessoas, não se esquecendo ainda da conscientização inclusive para terceiros que atuam neste fluxo de comércio internacional, as empresas fortalecerão suas estruturas, mitigarão seus riscos, suas vulnerabilidades e protegerão suas operações contra ameaças potenciais.