A implementação de um Sistema de Gestão para Segurança da Cadeia Logística tem como objetivo garantir que as empresas mantenham seus processos de acordo com padrões internacionais, com foco na qualidade e segurança. Tais sistemas de gerenciamento da cadeia logística geralmente cobrem aspectos comuns com outros sistemas, tais como o compromisso de gestão, políticas e metas; a nomeação de um líder ou representante, o estabelecimento dos papéis e responsabilidades de cada área, bem como os mecanismos de monitoramento e controle, incluindo comunicação, treinamento, acompanhamento, auditoria e revisão pela empresa.
Uma contribuição importante destes sistemas é que os mesmos buscam cobrir também itens específicos e que contemplam a revisão dos parceiros de comerciais (clientes e fornecedores), as seguranças da mercadoria, pessoal (ter pessoal de confiança), física das instalações e dos equipamentos, além do controle de acesso e da segurança da informação, de processo e a antecipada identificação e comunicação de incidentes, que podem afetar a imagem e os interesses da empresa.
Sendo assim, a adoção de um sistema deste tipo pode ajudar à empresa na redução de perdas, na continuidade do negócio, na otimização das operações (ajuste de tempos) e na redução do perfil de risco. Assim, fortalece suas políticas internas e parceiros comerciais confiáveis e competentes, além de agregar à melhoria contínua dos processos, identificando e controlando as não conformidades encontradas nos parceiros comerciais, sempre com a meta de mitigá-las. É possível, ainda, identificar competências e capacidades que as empresas estão utilizando para aumentar a segurança da cadeia logística.
Também importante registrar que este sistema poderá cooperar e fortalecer os controles preventivos para as regras de Lei Anticorrupção que está em vigor no país desde 1º de agosto de 2013 (nº 12.846), que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, além de dar outras providências. Esta Lei, inclusive, transfere o ônus de vigilância da integridade nas operações aduaneiras para o setor privado.
O retorno do investimento em Sistemas de Gestão de Segurança para a Cadeia Logística
Ao iniciar os estudos no tema de segurança da cadeia logística em 2007, era comum encontrar na maioria das áreas de uma empresa alguma resistência à adoção destas normas ou ainda um sentimento que não era fácil de ser feito, com dificuldades em entender seu benefício. O mercado vem mudando, porém ainda hoje podemos encontrar esta mesma percepção por alguns executivos.
Então, imagine o seu nome ou logomarca ligada a um evento criminoso ou a um ato ilícito publicado em todos os meios de comunicação, sem possuir mecanismos adequados para demonstrar que era fortuito e que a sua empresa cumpre com a legislação e tem salvaguardas para estas e futuras ocorrências. Custos implícitos poderão superar o investimento inicial necessário para a implementação de um sistema de segurança na cadeia logística.
Um ponto bastante acompanhado são as medidas salvaguardas apresentadas pelas empresas. Em muitos casos estas são inseridas sem prévia análise de risco, o que realmente determina a probabilidade de ocorrência de um evento e, às vezes, as medidas de segurança são baseadas em simplesmente colocar muitos dispositivos, independentemente da vulnerabilidade das mesmas.
Nenhuma surpresa de encontrar uma câmera muito avançada que pode ser cancelada completamente ao cortar a eletricidade ou, pior, que não está funcionando corretamente pela falta de manutenção ou apontadas para locais sem movimentação operacional. E por que isto acontece? Porque uma análise preliminar dos riscos não é realizada e, por esta razão, há empresas que não conseguem proteger suas áreas mais vulneráveis.
Para proteger a empresa de forma eficiente o primeiro passo é a realização de uma análise de risco das operações. Às vezes, os incidentes acontecem pela fraca ou falta de formação administrativa que a leva a assumir riscos que podem prejudicá-la posteriormente.
Dicas úteis:
- Alinhar os planos de segurança-logística com os planos de negócios da empresa (é uma sábia decisão);
- Desenvolver um planejamento do início ao fim (se se sabe o que fazer, saberá em tempo como solicitar recursos);
- Lembre-se de priorizar os gastos e investimentos;
- Demonstrar como os números como os investimento trouxeram frutos.
Os sistemas segurança da cadeia logística orientam também a se formar indicadores de gestão, nos quais se registram os incidentes para poder demonstrar a queda dos riscos operacionais. Desta maneira, é fundamental adotar uma estratégia focada na prevenção, em que a empresa se torne capaz de identificar os potenciais riscos que ameaçam a sua operação e estabelecer critérios de proteção que contribuem para a segurança de seus processos e da cadeia logística como um todo. Para tanto, é preciso investir em tempo e reduzir as ocorrências resultantes de custos mais elevados, para permitir a continuidade das operações e dos negócios.
Artigo escrito por:
Daniel Gobbi Costa (dgobbi@allcompliance.com.br)
Graduado em Administração de Empresas e habilitação em Comércio Exterior, com especialização nas áreas de Logística, Qualidade e Gerenciamento de Projetos. Atua desde 2007 em atividades de Auditoria/Consultoria nas áreas Logística e de Comércio Exterior participando de projetos de implementação e manutenção de controles internos, agora como Sócio/Responsável nas empresas Alliance Consultoria e Treinamento Empresarial (www.allcompliance.com.br) e Innova Consultoria Empresarial e Qualificação Executiva (www.innova-bpc.com.br). Professor da Devry do Brasil, unidade Metrocamp de Campinas (http://www.devrybrasil.edu.br/metrocamp).